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Contos-->A LENDA DO SENHOR OSLOV -- 15/03/2000 - 17:19 (Oscar H. C. de Velloso Vianna) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A LENDA DO SENHOR OSLOV


Conta-se que, há muitos anos, um homem chamado Oslov dedicava grande parte de seu tempo ao estudo e pesquisa de locais e regiões pouco explorados.
Lia muito o que outros exploradores e mestres no assunto tinham deixado de herança à humanidade. E visitava todos aqueles lugares até conhecer tudo o que lhe interessasse.
Certo dia tomou conhecimento da existência de uma região que ninguém tinha conseguido explorar totalmente. A amplidão de sua área e o número de aspectos e formas nela contidos tornavam-na inacessível em seu todo.
Vários tinham sido os que alegaram tê-la conhecido completamente: desses, uns falaram e alguns escreveram; outros nem sequer falaram ou escreveram, mas foram citados como tendo conseguido conhecê-la totalmente.
O desafio que aquela área proporcionava era tão grande que vários haviam dedicado e ainda dedicavam toda a vida ao seu estudo. As notícias de suas características eram magníficas e praticamente todo mundo já tinha ouvido falar dela.
O Sr. Oslov começou a ler tudo o que havia sobre aquela região e também a conversar com quem já tinha alguma experiência no assunto.
Um dia aproximou-se de um grupo de exploradores que, em conjunto, faziam excursões naquela área e trocavam experiências e vivências, em todos os seus aspectos. Esse grupo possuía um manual e vários escritos de um grande explorador, já falecido, que tinha revelado importantes conhecimentos e prática na exploração da região. Em seus escritos havia até declarações de que, na realidade, ele a tinha conhecido completamente, mas que lhe seria impossível transmitir tudo o que vira e suas impressões. Aconselhava aos interessados que a explorassem por si próprios, e dizia ser o único a ter condições de orientá-los no caminho e na forma de realizar aquele intento. O Sr. Oslov ficou muito feliz e pôs-se a estudar e pesquisar o manual e os escritos. Começou a freqüentar as reuniões daquele grupo e a explorar a referida área, ora sozinho ora em conjunto, sempre trocando opiniões e experiências.
Ele sabia que naquela região havia os mais terríveis animais e que vários tinham sido os mortos e mutilados por aquelas feras.
Após ter absorvido uma série de conhecimentos do manual verificou que alguns aspectos eram falhos e outros incoerentes.
Observou também que, com o manual, não estava conseguindo mais ampliar seu conhecimento da área, ou melhor, que seus avanços estavam lentos. Percebeu que estava sendo tolhido por um conjunto de regras e instruções que o impediam de avançar, pois continham preconceitos contra uma série de novos caminhos e técnicas que, segundo os escritos, na interpretação deles, acarretariam conseqüências desastrosas para quem neles se quisesse aventurar.
Além de tudo, observou que o tempo destinado às reuniões e outras atividades programadas pelo grupo era considerável, com a maior parte das horas dedicadas a repetir as mesmas coisas, abordando os mesmos aspectos. Por fim, verificou que as técnicas e instrumentos de que dispunha o grupo não eram tão eficazes contra os grandes e espertos animais. Sempre atribuíam as falhas à falta de habilidade dos membros do grupo quanto ao manuseio e uso de tais recursos.
Assim, Oslov começou a reunir os conhecimentos que tinha obtido anteriormente com os que havia adquirido em convivência com o grupo. Passou a refletir sobre eles, experimentando-os, isoladamente, mas ainda sem abandonar o grupo.
A convicção de que deveria abandonar o grupo só veio mais tarde, depois de muita análise, reflexão e ponderação.
Suas idéias conduziam-no não a desprezar os ensinamentos do manual, mas a reinterpretá-los e extrapolá-los com base em novos conhecimentos.
A reação do grupo às exposições do Sr. Oslov sobre suas experiências foi considerável, independentemente da análise dos resultados apresentados.
Oslov passou a explorar a região sozinho e a não mais comentar com o grupo suas descobertas, e sim com outras pessoas que com ele mantinham relacionamento.
Depois de verificar que em suas explorações individuais estava obtendo maior progresso, abandonou o grupo e começou a colocar em ordens seus conhecimentos, de forma a poder colaborar com a humanidade, pois, no fundo de seu coração, ele acreditava que isso era certo, e se sentia bem na execução desse trabalho. Até aqui não se sabe se o Sr. Oslov conseguiu realizar seu intento. A única notícia que se tem é de que ele tinha começado a escrever e se sentia muito feliz. Sabe-se também que poucos estão de posse de seus ensaios iniciais, que ele distribuiu apenas para aqueles que lhe eram caros.
Sabe-se também que, seu primeiro trabalho, continha trechos de livros conhecidos à época.
A lenda termina com a narrativa de que o Sr. Oslov não tinha outra pretensão que não a de ser feliz e colaborar com aqueles que com ele desejassem trocar experiências no conhecimento daquela área sem ter em nenhuma restrição prévia às suas ações que não as de suas próprias consciências.

ANEXO I


"Se aceitamos a diversidade das psiques humanas, e não vejo motivo para que assim não se faça, o teórico científico encontrar-se-á perante a desagradável alternativa de aceitar várias teorias, entre si contraditórias, do mesmo progresso, ou então empenhar-se desesperadamente na fundação de uma seita que reclame para si o monopólio do único método exato e da única teoria verdadeira." (jung)
"Não importa saber quem tem razão, se eu ou os que dizem que os gurus são necessários; o que importa é averiguar por que razão necessitamos de um guru. Os gurus existem para a exploração de diferentes formas, mas não é disso que estamos tratando. Sentis satisfação quando alguém vos diz que estais progredindo; mas no descobrir o motivo por que necessitai de um guru - aí é que se encontra a solução. Outro poderá mostrar-vos o caminho, mas vós tendes de percorrê-lo sozinho, mesmo que tenhais um guru. Porque não desejais tal coisa, passais a responsabilidade ao guru." (Krisnamurti)

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